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Agronegócio & Produção

Empresários russos conhecem cadeia do algodão de Mato Grosso para investir no Tajiquistão

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Diretores da empresa BTK Têxtil visitaram semana passada o estado de Mato Grosso para conhecerem a dinâmica da produção algodoeira no Brasil. O objetivo da empresa é implantar um sistema similar no Tajiquistão, país da Ásia Central e que tem na produção de algodão a sua principal atividade agrícola.

Os diretores Heiko Grunwald (este de nacionalidade alemã), Mikhail Gotesman e Mikhail Bocharov foram recepcionados na cidade de Campo Verde, no sudeste do estado. Lá conheceram toda a cadeia do algodão mato-grossense, a partir da fazenda do produtor Daniel Shenkel, chegando às empresas industriais Agro Fibra Fios e Cooperfibra.

Também foram visitadas as pesquisas do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), os projetos de industrialização da prefeitura local, as ações da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), as certificações do algodão de Mato Grosso, além de dados e estatísticas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). “Eles querem entender como conseguimos alta produtividade com o nosso algodão de sequeiro… Lá no Tajiquistão a produtividade é de 600 quilos de pluma por hectare, aqui em Mato Grosso colhemos três vezes mais”, disse o agrônomo e consultor Ricardo Arioli, de Tangará da Serra. Arioli participou da recepção da comitiva russa e os conduziu durante toda a visitação.

Os visitantes ficaram impressionados com a tecnologia empregada e a produção em larga escala verificada em vários locais na região de Campo Verde. “Foram visitas disruptivas… eles nunca tinham visto uma colheita mecânica do algodão, com uma lavoura toda branquinha pronta para ser colhida”, disse Arioli, que relatou as inúmeras perguntas e indagações acerca da produção visitada. “Eles gostaram muito e agradeceram, disseram que foi em aprendizado inimaginável e que deveriam ter vindo antes. Também disseram que ‘abriram a cabeça’ para investir na produção de algodão do Tajiquistão”, acrescentou.

O Tajiquistão e a BTK Têxtil

A BTK Têxtil, que quer investir em algodão no Tajiquistão, é a maior empresa têxtil da Rússia. Iniciou suas operações em 2005, em meio a uma economia sucateada após o desmanche da União Soviética. Possui empresas de costura e calçados, produção de malhas, instalações de armazenamento e uma frota de caminhões.

O algodão produzido no Tajiquistão é em boa parte vendido para a própria Rússia, daí o interesse da BTK. O alumínio é outra commodity exportada pelo país aos russos.

O Tajiquistão precisa melhorar a sua produção algodoeira, hoje concentrada em aproximadamente 170 mil hectares. É tida no país como cultura agrícola de subsistência e é toda manual, com a colheita sendo realizada na planta verde (sem desfolhar), em três etapas, à medida em que as maçãs do algodoeiro vão amadurecendo e abrindo. Os produtores tajiques se valem da irrigação por meio de canais para possibilitar uma melhor produtividade.

País montanhoso da Ásia Central, o Tajiquistão possui 10 milhões de habitantes e um território equivalente à metade do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. É governado pelo presidente Emomali Sharipovich Rahmon desde 1992. Faz fronteira com o Afeganistão ao sul, com o Uzbequistão ao oeste, Quirguistão ao norte, e a China ao leste. Sua capital é Duxambé, que também é a cidade mais populosa.

Mantém fortes laços econômicos e políticos com a Rússia, resquício ainda do século passado, quando o país foi uma república constituinte da União Soviética.

Culturalmente, porém, o país tem ligações com o Afeganistão. A maioria da população tajique é etnicamente ligada aos afegãos, partilhando sua cultura e história. Falam persa, oficialmente denominado como idioma tajique ou idioma tajiquistanês.

Duxambé é a capital e a cidade mais populosa do Tajiquistão. Ao fundo, a cordilheira Pamir, o “telhado do mundo”.

Após sua independência, em 1991, o Tajiquistão sofreu uma guerra civil brutal, entre os anos  de 1992 e 1997. Desde o fim da guerra, a recém-criada estabilidade política e ajuda externa permitiu à economia do país crescer e proporcionar ao país novos horizontes.

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Agronegócio & Produção

Produção agrícola mecanizada em terras indígenas pode impulsionar o agro no Chapadão

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou na semana passada que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou comunidades indígenas a desenvolver agricultura mecanizada e monocultura em seus territórios.

Em Mato Grosso, a decisão abre novas perspectivas para as etnias Paresi, Nambiquara e Manoki, da região de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Tangará da Serra. A partir da autorização, as comunidades poderão cultivar soja e milho sem risco de multas ou embargos ambientais.

As lideranças indígenas comemoraram a medida. Entre elas está Arnaldo Zunizakae, presidente da Coopihanama, cooperativa que administra a produção agrícola das aldeias. Ele destacou que a decisão garante melhorias na qualidade de vida e contribui para a permanência dos povos em seus territórios.

Fávaro também ressaltou que, além da autorização do Ibama, os agricultores indígenas poderão acessar linhas de crédito do Plano Safra para financiar a produção.

Tangará da Serra

Em Tangará da Serra, as terras indígenas correspondem a 53% da área total do município, que possui aproximadamente 11,3 mil km². A maior é a Terra Indígena Pareci, onde estão localizadas as aldeias Katyalarekwa e Serra Dourada, a cerca de 125 quilômetros da área urbana. Já a Aldeia Formoso, integrante da Terra Indígena Rio Formoso, fica a 85 quilômetros do centro da cidade.

Parte das comunidades já produz grãos nessas áreas. O trabalho é acompanhado por programas de capacitação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece cursos de operação e manutenção de máquinas agrícolas e de aplicação de herbicidas.

Em Campo Novo do Parecis, a 400 quilômetros de Cuiabá, a produção indígena já ocorre há 15 anos. Nas terras das etnias Manoki, Nambiquara e Paresi, mais de 17 mil hectares são destinados ao cultivo de grãos. Segundo as lideranças, 95% do tratamento da lavoura é feito sem agrotóxicos.

Potencial econômico

As reservas indígenas em Tangará da Serra somam cerca de 6 mil km², o equivalente a 600 mil hectares. Para efeito de comparação, o município conta atualmente com pouco mais de 176 mil hectares cultivados com soja e milho.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) de Tangará da Serra em 2021 foi de R$ 5,58 bilhões. Desse total, 25% — ou R$ 1,395 bilhão — correspondeu ao valor adicionado pela agropecuária.

Se apenas 10% da área indígena fosse destinada ao plantio — respeitando a reserva legal mínima de 35% no Cerrado — seria possível ampliar em quase 30% a área agrícola do município. Nesse cenário, considerando as produtividades da soja e do milho (respectivamente 66 sc/ha e 126 sc/ha) e as cotações atuais desses produtos, a agropecuária poderia acrescentar, somente na comercialização da safra, quase R$ 500 milhões ao PIB local, elevando-o para praticamente R$ 6 bilhões.

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