A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta terça-feira (02.04) a Operação Apito Final para desarticular um esquema de lavagem de capitais criado por integrantes de uma organização criminosa baseada em Cuiabá e com tentáculos em outras regiões do estado. Estão sendo cumpridos 25 mandados de prisão e 29 de buscas e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias dos alvos investigados.
Os mandados judiciais foram deferidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital e são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Chapada dos Guimarães, São José dos Quatro Marcos (MT) e Maceió (AL).
A investigação da GCCO, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal, posto recentemente em liberdade, utilizava diversas pessoas – entre amigos, familiares e advogados que atuam como ‘laranjas’ – para adquirir imóveis, comprar e vender de carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.
O esquema criminoso investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) faz parte do planejamento operacional da Polícia Civil na identificação e descapitalização do patrimônio adquirido por integrantes de uma facção criminosa com atuação em Mato Grosso.
Participam da operação, 150 policiais civis de delegacias da Diretoria de Atividades Especiais e da Diretoria Metropolitana, com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro e Divisão de Inteligência e Planejamento Policial de Sergipe.
Movimentação de R$ 65 milhões
Com foco em uma investigação qualificada, que reuniu centenas de elementos informativos, relatórios e imagens, a GCCO revelou um grande esquema de lavagem de dinheiro que chegou a movimentar R$ 65.933.338,00 milhões no período apurado.
A investigação teve início após a unidade especializada apurar que o principal alvo da operação e responsável pelo tráfico de drogas na região do Jardim Florianópolis, depois que deixou a prisão na capital, se tornou tesoureiro da facção criminosa. Liderando o grupo, ele adquiriu inúmeros bens imóveis e veículos com valores adquiridos com as práticas criminosas. O dinheiro era movimentado em contas bancárias e, posteriormente, convertido em ativos lícitos para dissimular e ocultar a origem ilícita dos valores.
Além da vultosa movimentação bancária, a investigação da Polícia Civil identificou a aquisição de inúmeros terrenos, casas e apartamentos, muitos em condomínios de classe média na capital, todos adquiridos em nome de “testas de ferro”, mas diretamente vinculados com o alvo principal da investigação. Também foram descobertas as aquisições de veículos com a utilização de garagens na compra e venda, como forma de dissimular a posse e propriedade dos automóveis.
Quatro alvos da Operação Apito Final foram presos na capital do estado de Alagoas, entre eles, o líder da associação criminosa. Paulo Witer Farias Paelo, Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza foram detidos na sexta-feira (29.03) quando participavam de um jogo de futebol na cidade de Maceió.
Um quinto alvo da operação, advogado e integrante da organização criminosa, que foi a Alagoas para dar assistência jurídica a seu cliente, também foi preso nesta terça-feira (02.04), em Maceió.
As prisões em Alagoas foram cumpridas com apoio da Diretoria de Inteligência e DRACCO, por meio da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil em Maceió, e Centro Integrado de Operações Aéreas de Segurança Pública de Mato Grosso (Ciopaer).
Uma série de informações falsas dando conta de rompimento de barragens maiores localizadas na região de Tangará da Serra vem causando confusão e desinformação junto à opinião pública regional.
Alertas falsos de que uma grande barragem no rio Juba, em Tangará da Serra, teria rompido e que ás águas chegariam até cidades como Barra do Bugres e Cáceres causaram certa preocupação em moradores da região e até de autoridades.
Na verdade, os riscos de rompimento ocorreram em um único barramento, no município de Nova Olímpia, na área privada de um empreendimento de bioenergia. O problema, porém, foi contornado pela própria empresa, com os trabalhos recebendo acompanhamento da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
Único barramento com riscos na região é em Nova Olímpia e está sob monitoramento.
Na manhã desta quarta (15), a redação entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, que negou qualquer risco de rompimento em barragens localizadas no rio Juba, contrariando as “fake news” divulgadas irresponsavelmente por internautas mal intencionados.
“Uma barragem próximo de Nova Olímpia/Denise apresenta certo grau de risco e nossas equipes estão fazendo o monitoramento”, confirmou o militar, referindo-se ao barramento São Lourenço, em Nova Olímpia.
Sargento Eliezer, da 3ª Companhia Independente de Bombeiros Militar de Tangará da Serra, desmentiu as informações de riscos ou rompimento de barragens no rio Juba. “Essas outras situações de fake News de que alguma barragem do Juba oferece risco, não é verdade, e a própria empresa faz o monitoramento e se houvesse qualquer tipo de risco nós já teríamos sido avisados”, afirmou.
(*) Ouça, na sequência, áudio com declaração do Sargento Eliezer, do Corpo de Bombeiros:
Irresponsabilidade
A popularização e acesso facilitado aos meios de comunicação, em especial às redes sociais, fez o conceito de fake news ganhar forma.
Empregado às notícias fraudulentas que circulam nas mídias sociais e na Internet, o conceito é aplicado principalmente aos portais de comunicação online, como redes sociais (como o WhatsApp), sites e blogs, que são plataformas de fácil acesso e, portanto, mais propícias à propagação de notícias falsas, visto que qualquer cidadão tem autonomia para publicar.
Os efeitos são nefastos. Atrapalham o trabalho das autoridades, podem comprometer imagens de empresas e instituições, além de causar pânico, revolta e situações de desespero coletivo, podendo representar condições de difícil controle pelo poder público.
No caso das falsos alarmes de rompimento de barragem no rio Juba, houve informações de grande preocupação na região do Assentamento Antônio Conselheiro e outras comunidades à jusante da barragem mencionada. Uma das mensagens fraudulentas sugeria que quem tivesse parentes na região de Cáceres, que já os avisasse da ocorrência que, na realidade, inexiste.
Punição
Quem espalhar fake news e for identificado pode responder criminalmente. As tipificações variam entre crimes contra a honra, difamação, calúnia e outros delitos, a depender do contexto da desinformação disseminada.
Vale lembrar que qualquer cidadão pode denunciar fake news e seus autores junto às polícias Civil e Militar.