Se a Petrobras não tem a menor compaixão do consumidor brasileiro, o mesmo pode ser dito dos portos de combustíveis de Tangará da Serra. No mesmo dia em que foi anunciado mais um aumento dos preços do óleo diesel e da gasolina, as vendas dos dois combustíveis no varejo já ‘saqueiam’ o bolso do consumidor desde a tarde dessa segunda-feira (25), mesmo dia do aumento anunciado pela estatal.
Apesar da argumentação de que houve aumento no PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final), o oportunismo ganancioso dos postos de combustíveis é flagrante, e poderia muito bem ser coibido pelo Procon e pelo próprio Ministério Público. Mesmo porque a onda de aumentos em todos os setores cria um ambiente perfeito para abusos, seja no atacado, seja no varejo.
A afronta é que, mesmo com estoques adquiridos antes do aumento (ou seja, com preços sem a nova majoração), os postos – ao menos em parte – já enfiam goela abaixo do cidadão os preços com aumento, que em Tangará da Serra variam entre R$ 6,81 a R$ 7,00 para a gasolina e uma média de R$ 5,79 para o litro do óleo diesel.
Em Cuiabá, os preços para a gasolina chegam a R$ 6,40 e, para o diesel, a R$ 5,42.

Diesel na noite desta segunda-feira: R$ 5,79 o litro.
Aumento e justificativa
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) que a gasolina e o diesel ficarão, respectivamente, 7,05% e 9,15% mais caros nas refinarias a partir desta terça-feira. Segundo a companhia, o reajuste leva em conta a prática de preços competitivos adotada há cinco anos pela estatal.
Em nota, a Petrobrás afirma que Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras.
O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021.
Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio.
Segundo o Sindipetróleo-MT, outro fator que deverá influenciar nas próximas altas é a chegada do inverno no hemisfério norte, que pressiona para cima o consumo de combustíveis na América do Norte, na Europa e parte da Ásia. Sendo assim, o preço do barril de petróleo se manterá em alta.
Efeito no nocivo
Os constantes aumentos dos combustíveis resultam numa nociva reação em cadeia para o bolso do consumidor. Como são insumos na produção, os combustíveis provocam o aumento dos alimentos e dos bens de consumo na mesma proporção.
Não se sabe onde estes aumentos vão parar, mas é possível prever que, em se mantendo esse ritmo, o consumidor deverá se deparar com o escárnio de ver a gasolina e o diesel com preços acima dos R$ 10,00 como “presente” de Natal.