Dia de sol, talhões se soja, nove estações com ensaios e trabalhos, público com produtores e profissionais da área técnica/comercial e muita novidade tecnológica para o campo. Este foi o cenário do Dia de Campo promovido pela Bio Cerrado Solutions em parceria com Rural Soluções no último sábado (25), na Fazenda Matão, Comunidade Boa Vista, em Tangará da Serra.
Sob o tema “Biotecnologia: a revolução que está cultivando o futuro do campo” e um conceito de multicultura, o evento teve a apresentação de ensaios e tecnologias em nove estações da própria Bio Cerrado e a Rural Soluções, além da DNAgro, SLC Sementes, Green House, XAG, Biovirtus, XCrop, NOOA/Sementes ANQA e Novatech.

Estas empresas apresentaram produtos com tecnologia de última geração, com sementes de milho e soja, fertilizantes foliares, produtos hormonais, nutrição e fertilidade, biocidas e sanitizantes, protetores e desalojantes que atuam em parceria com inseticidas, produtos com ação de neurotransmissores (repelente/desorientador espacial e sexual para percevejos, mosca branca e cigarrinha) e drones para aplicação aérea.
Com este aparato tecnológico, o Dia de Campo teve como objetivo apresentar os desafios de novas gerações de produtos de nutrição, bioestimulantes, protetores naturais, bem como um sistema de produtos biológicos para controles de doenças e pragas, sem nenhum químico na lavoura.

Dia de Campo teve como objetivo apresentar os desafios de novas gerações de produtos para culturas como soja, milho e algodão.
Outra finalidade foi mostrar o impacto da quebra de paradigmas, sempre lembrando que o manejo integrado, biológico, com produtos naturais e químicos resulta em mais eficiência na produção.
Nesse mesmo contexto, foram destacadas as vantagens do uso de produtos biológicos na lavoura de soja, milho, algodão e outras culturas, em parceria com os químicos visando sustentabilidade, diminuição de custos e aumento da produtividade.

Tecnologia, sustentabilidade, redução de custos e aumento da produtividade foram a tônica no Dia de Campo do último sábado.
Numa fase climática em que uma região enfrenta tempos de estiagem severa numa temporada e excesso de umidade em outra (como em Mato Grosso), os biológicos surgem como alternativa para fortalecimento de plantas, diminuição de perdas e ganhos em rendimento, ao mesmo tempo em que se reduz de forma significativa as agressões ao meio ambiente.
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Palestra
Após as apresentações no campo, o evento foi concluído com palestra do engenheiro agrônomo Jairo dos Santos, diretor técnico da Agrodinâmica Pesquisa & Consultoria.

Jairo dos Santos, sobre os biológicos: “É preciso entender o produto para entender sua eficácia”.
O tema “Biotecnologia: a revolução que está cultivando o futuro do campo” foi a tônica da exposição do palestrante, que discorreu sobre sistemas de cultivos soja-algodão/soja-milho, manejo de fungicidas com combinação químico-biológico e considerações sobre as principais doenças da época, entre elas a antracnose, a podridão da soja e a mancha-alvo.
Segundo Jairo dos Santos, o conhecimento dos biológicos é essencial para se obter os melhores resultados. “É preciso entender o produto para entender sua eficácia”, disse, indicando a importância de se interagir com as cultivares. “Precisa saber o ponto crítico da planta e calcular até quantas sacas a doença poderá levar”.

Palestra incluiu abordagens sobre as principais doenças da época, como a antracnose, a podridão da soja e a mancha-alvo.
Outro detalhe apontado pelo palestrante é o acompanhamento de todos os detalhes que envolvem o processo produtivo, incluindo a observação do clima. “Se você acompanha a previsão do tempo e a chuva é para dali a dois dias, por exemplo, então você pode antecipar a aplicação e, assim, dormir tranquilo”, indicou.
Nesta época chuvosa, em que a umidade em excesso causa danos na soja, uma doença em particular tem chamado atenção. A podridão da soja atinge vagens e grãos, causando graves prejuízos à produção. Estima-se que, em algumas regiões, a doença seja responsável por perdas de até 40% da safra. Além disso, a doença pode reduzir a qualidade da soja, tornando-a imprópria para consumo e industrialização.
A doença foi observada a partir da safra de 2018. Pesquisas ainda são realizadas para apontar os vetores da doença e as formas de prevenção.