O prefeito de Barra do Bugres, Divino Henrique Rodrigues (PDT), admitiu, em oitiva realizada na manhã de ontem (terça, 07), ter trabalhado como médico em Alto Paraguai mesmo após ter assumido o cargo para o qual foi eleito em novembro do ano passado. A oitiva foi colhida pela Comissão que processa denúncia de acúmulo de funções contra o gestor.
(*) Assista à integra do depoimento de Divino no vídeo ao final do texto.
O relatório da CP será apresentado na Câmara Municipal no próximo dia 16, quando os vereadores votarão seu teor. Naquela data, Divino poderá ser inocentado da denúncia, ou sofrer perda do cargo de prefeito através do decreto de cassação de mandato.
Desculpas e má assessoria

Divino: “Não teria corrido esse risco se tivesse sido orientado corretamente…”
Na oitiva sobre a denúncia de acúmulo de funções de prefeito de Barra do Bugres e médico em Alto Paraguai, chamou atenção o pedido de desculpas de Divino à população e aos vereadores de Barra do Bugres pela ‘eventual’ falha e a declaração de que fora mal orientado por sua assessoria jurídica.
Divino alegou não ter havido intenção de causar nenhum dano ao município e que atuou como médico em Alto Paraguai amparado em parecer favorável de sua assessoria jurídica. “Se eu falhei, foi por má orientação (…) Não teria corrido esse risco se tivesse sido orientado corretamente (…) Então, se eu falhei, eu peço desculpas para a população de Barra do Bugres, peço desculpas a todos os vereadores desta comissão…”, disse.
O gestor chegou a citar a advogada Marli Guarnieri, que teria assegurado que a lei permitia trabalhar como médico, acumulando função de prefeito. “Eu acreditei muito nas pessoas que estavam ao meu lado (…) Ela (Marli) disse que rasgava seu diploma se eu fosse cassado por causa disso”, declarou, em momentos diferentes do seu depoimento.
Surpresa
Divino Henrique prestou serviço como terceirizado nas localidades de Água Santa, Capão Verde e Tira Sentido, zona rural de Alto Paraguai. A prefeitura daquele município empenhou os pagamentos referentes aos meses de janeiro e fevereiro pelos serviços prestados por Divino através da empresa Henrique Rodrigues dos Santos – ME, pagos com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele, porém, alegou surpresa ao tomar conhecimento dos empenhos e disse ter imaginado ser os valores correspondentes aos meses de novembro e dezembro de 2020, que ainda estariam pendentes.
Ao mesmo tempo, Divino não soube explicar a emissão de notas fiscais de sua empresa para compor os valores empenhados. “Foi o contador que fez… Eu sempre ligava para ele, que tinha contato diretamente com a prefeitura (…) Quem fazia a nota era o contador, então eu não consigo explicar isso”, afirmou.
Sobre os valores recebidos, Divino informou que fez acordo no Ministério Público para devolução dos pagamentos ao erário do município vizinho.
Pensando como médico e em Barra do Bugres
Divino disse que o atendimento realizado em Alto Paraguai atendeu pedido do prefeito Adair José Alves Moreira (MDB), e levou em conta a gravidade da pandemia no início desse ano. “Estava tendo muita dificuldade por causa da pandemia. Pensei como médico”, disse, acrescentando que realizou o trabalho no município pensando, também, em Barra do Bugres. “Pensando em Barra do Bugres, atendi os pacientes com covid-19 lá, para evitar que viessem para cá. Assim que diagnosticava algum paciente com Covid, já encaminhava para um médico lá mesmo, em Alto Paraguai”, disse.
(*) Assista a integra do depoimento de Divino clicando no link a seguir.
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