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Artigo: Crescimento dos investimentos em ativos brasileiros pode gerar oportunidades de negócio

Publicado em

*Por Leonardo Caroci e Victor De Rossi

Os investimentos dos brasileiros em ativos nacionais cresceram 14% em 2023 e atingiram o montante de R$ 5,7 trilhões, conforme divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O relatório “Coletiva de Distribuição de Produtos de Investimento”, publicado pela Anbima, demonstra a clara tendência de crescimento do segmento de varejo, com variação média de 14,2%, entre tradicional, subindo 14,3% para R$ 1,9 trilhões, e alta renda crescendo 14,1% e atingindo R$ 1,6 trilhões. O segmento private, por sua vez, avançou 13,8%, somando R$ 2,1 trilhões.

Com relação à distribuição dos investimentos, o destaque vai para o crescimento de 25,58% do market share dos títulos e valores mobiliários, somando R$ 2,95 trilhões em volume financeiro, ao passo que os valores alocados em poupança retraíram 2,06%, para R$ 925,7 bilhões.

Entre os produtos que compõem títulos e valores mobiliários, os Certificados de Depósito Bancário (CDB) avançaram 22,74% e permanecem na dianteira, totalizando R$ 874,1 bilhões, seguidos por ações, cujo crescimento foi correspondente a 16,45%, equivalente a R$ 716,1 bilhões, e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que tiveram crescimento de 36,62%, somando R$ 420,8 bilhões.

Os resultados divulgados pela Anbima e outras entidades do mercado financeiro são animadores e demonstram a maturidade e resiliência dos investidores brasileiros, mesmo em um ano tão desafiador do ponto de vista político e econômico, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Apesar disso, os resultados não são de todo inesperados: na verdade, o relatório divulgado consolidou e expressou em números a tendência de crescimento identificada pelo mercado nos últimos 12 meses.

Destacamos também que a análise do referido relatório, em conjunto com os resultados e previsões macroeconômicas do Brasil, bem como outros fatores externos, evidenciam uma tendência de crescimento ainda maior dos investimentos em ativos brasileiros.

Nesse contexto, entendemos que a expansão da oferta de capital oferece às sociedades e companhias brasileiras uma ótima oportunidade de captar recursos no mercado e, dessa forma, buscar a ampliação de suas atividades por meio da realização de operações de fusões e aquisições (M&A), emissão de títulos de dívida, como debêntures, Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), entre outros.

No entanto, é válido ressaltar que qualquer operação de M&A, emissão de dívida, realização de despesas de capital (Capex) e/ou procedimentos semelhantes demandam assessoria jurídica especializada em todas as fases: desde os atos preparatórios da operação (elaboração de acordos de confidencialidade, memorando de entendimentos) até as negociações estratégicas e elaboração dos contratos e outros instrumentos definitivos da operação (contratos de compra e venda de participações societárias, contratos de investimento), como também em eventuais providências post-closing (acordos de sócios ou acionistas; elaboração e/ou revisão de stock option plan, etc.).

Por fim, às empresas brasileiras que pretendem receber investimentos, emitir dívidas, expandir operações ou mesmo aos sócios e acionistas que desejam alienar no todo ou em parte suas respectivas participações societárias, recomenda-se a realização de due diligence prévia e/ou reorganização societária, conforme o caso, visando maximizar o valuation da sociedade ou companhia, bem como aumentar a atratividade para potenciais investidores ou compradores.

Essas ações estratégicas também podem ajudar a identificar e mitigar riscos do negócio, melhorar a eficiência operacional e lucratividade, aprimorar a estrutura de capital e otimizar a alocação de recursos.

*Leonardo Caroci e Victor De Rossi são advogados da área Societária no Marcos Martins Advogados

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Opinião

Quem vai pagar essa conta? O que está por trás do PL do Streaming

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(*) Ricardo Godoy

Estamos diante de um debate importante no Congresso Nacional: a proposta de regulamentação dos serviços de streaming no Brasil. Plataformas como Netflix, Amazon Prime Video, YouTube, entre outras, estão no centro dessa discussão que pode mudar profundamente o cenário do entretenimento digital no país.

Confesso que tenho acompanhado com atenção — e uma certa preocupação — o rumo que essa proposta está tomando. Um dos pontos mais sensíveis do projeto de lei é o aumento da alíquota da Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), que hoje gira em torno de 3% e pode saltar para 6% sobre o faturamento das plataformas no Brasil.

A intenção, em teoria, é válida: fortalecer a produção audiovisual nacional, gerar mais empregos no setor e fomentar a cultura brasileira. Todos nós queremos ver mais obras como Cidade Invisível, Sintonia, Bacurau disponíveis nas plataformas. Mas é preciso ter muito cuidado com o caminho escolhido para isso.

Porque, sejamos honestos: quem vai acabar pagando essa conta somos nós, os consumidores. As plataformas dificilmente vão absorver esse custo extra. Ele será repassado para os preços das assinaturas, que já pesam no bolso dos brasileiros — especialmente num cenário em que precisamos assinar vários serviços para acompanhar o conteúdo que queremos.

Outro ponto polêmico da proposta é a obrigatoriedade de uma cota mínima de produções brasileiras nos catálogos. A valorização da cultura nacional é essencial, sem dúvida. Mas também é preciso garantir critérios de qualidade. Não podemos cair na armadilha de “encher prateleiras” apenas para cumprir regras. O público quer boas histórias — bem produzidas, envolventes, que representem o Brasil de forma criativa e inovadora.

Por outro lado, esse momento pode representar uma grande oportunidade para o mercado audiovisual brasileiro. Se os investimentos forem bem direcionados, podemos ver novos projetos saindo do papel, novas vozes sendo ouvidas, novos talentos sendo descobertos. O Brasil tem potencial de sobra — e merece ser protagonista.

O que espero, como empresário e apaixonado por inovação, é que o projeto final tenha equilíbrio. Que incentive a cultura sem sufocar o setor. Que crie oportunidades sem criar barreiras. Que enxergue a tecnologia e a criatividade como aliadas, e não como ameaças.

Como CEO da Soul TV — uma plataforma brasileira que nasceu com propósito de democratizar o conteúdo digital e hoje está presente em 197 países — acredito em um modelo de crescimento baseado em inovação, inclusão e liberdade criativa. O Brasil tem tudo para liderar esse movimento global, desde que as decisões tomadas agora sejam inteligentes, justas e conectadas com a realidade do consumidor e do produtor de conteúdo.

(*) O autor, Ricardo Godoy (foto do topo), é CEO e Fundador da Soul TV

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